23 de novembro de 2011

Circuito Tusp de Teatro - de uma margem à outra



Espetáculo:                 
Insônias de Antônio
Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes


DATA: 24/11/2011
HORÁRIO: 20 HORAS
LOCAL: Centro Cultural da Usp de São Carlos
RECOMENDAÇÃO ETÁRIA: 14 anos
GRATUITO


Lotação máxima: 60 espectadores (entrada pela escada externa do Centro Cultural)

Após o espetáculo debate com a participação da profa Dra. Lucia Shimbo (IAU-USP)


Ação Paralela: exibição do documentário:
" Transgressões" - SESCTV
Sinopse:Em Transgressões, o crítico Jefferson Del Rios narra a mudança dos conceitos pré-estabelecidos na cena teatral a partir da encenação de O Balcão, de Jean Genet.
Direção: Amilcar Claro
Roteiro: Sebastião Milaré
horário: 13 horas
local: Centro Cultural da Usp


SOBRE O GRUPO DOLORES BOCA ABERTA MECATRÔNICA DE ARTES:

O Dolores configura-se como um grupo de trabalhadores que exerce, entre todos os percalços, o direito de expressar o mundo que lhe atravessa através da arte.


Como trabalhadores, nos movimentamos enquanto classe e assumimos as consequências que esta posição política nos coloca.

A afirmação de trabalhadores que fazem arte tem total influência e consequência nas elaborações estéticas, tanto no tempo e na técnica do fazer quanto na leitura simbólica do mundo.

Percebemos em nossa caminhada de 10 anos que este processo influi nas lutas e nas possibilidades de uma proposição social diferente desta em que contribuímos com a manutenção, abrindo brechas ou fissuras que inauguram porvires cotidianos junto com a reprodução. Esta contradição posta e assumida dá a chance de saltos de qualidade na construção do caminho da revolução social proposta pela classe trabalhadora.

Somos companheiros de movimentos sociais, construímos e assumimos juntos a luta nas suas diversas dimensões.



SOBRE O CIRCUITO TUSP 2011 – DE UMA MARGEM À OUTRA

O Circuito Tusp de Teatro do segundo semestre de 2011 parte da experiência de coletivos que tem se debruçado em idéias acerca da ocupação descentralizada do território, da ampliação das formas de ocupação dos espaços públicos e não-públicos, na revitalização de espaços e objetos anteriormente compreendidos como descartáveis, no interesse prioritário de estabelecer comunicação estética profícua com a sua realidade vital, com o seu lugar de ocupação territorial, seja ele no centro ou na periferia.

Assim, apresentamos o “Circuito Tusp de Teatro: de uma margem a outra”, como título e eixo temático não só do programa de circulação de espetáculos especificado, mas como alicerce para a totalidade de nossa programação, propondo aproximações e rupturas com as outras ações conjuntas e locais do Tusp.

A experiência do primeiro semestre tanto no CIRCUITO TUSP de teatro: projeto interior, quanto a partir da mostra “Militância Teatral na Periferia” , que ocorreu no Tusp – SP nos apresenta e coloca como centro uma discussão urgente sobre o que seria estar a margem e o que seria estar no centro quando tratamos da produção artística atual e das suas formas de produção, fomento, circulação e comunicação com o espectador.

Então, dando continuidade as reflexões sobre a produção artística atual acreditamos que alguns coletivos, tanto da capital quanto do interior podem ser importantes impulsionadores estéticos dessa reflexão, que é mais ampla que pensar o lugar geográfico que ocupo, mas é pensar o lugar que ocupo no lugar que estou, nessa perspectiva podemos ampliar as discussões acerca dos termos centro e periferia e avançar um tanto mais, para além do espaço geográfico.Cabe ressaltar que, paralelamente as ações do Circuito acontece a ação " Teatro no cinema" com uma programação específica da série de episódios " Teatro e Circunstância" realizada pelo SESCTV, com direção de Amilcar Claro e curadoria e roteiro de Sebastião Milaré, tanto na capital quanto no interior.

SOBRE O ESPETÁCULO: “ INSÔNIAS DE ANTÔNIO”

O arquiteto Antônio participa do projeto de um grande empreendimento, mas não pelo lado criativo, e sim destrutivo: seu conhecimento urbanístico serve aos interesses da Corporação para remover uma favela do local onde se construirá o condomínio. Isso o faz remoer, em momentos de insônia, toda a trajetória que o levou a essa condição.

A peça faz uma radiografia teatral de um

A peça faz uma radiografia teatral de um indivíduo de classe média: seus anseios, medos, suas desilusões, suas mentiras. Inicialmente, parece um monólogo: o personagem conta ao público histórias de sua vida, nós o vemos em suas ações no trabalho e na vida pessoal. No entanto, trata-se na verdade da paródia de um monólogo: está sempre em cena o coro dos Invisíveis, que comenta as ações de Antônio com música e humor, num viés crítico. Este coro representa tanto os trabalhadores que o cercam e a ele servem sem nunca serem notados, quanto os poderes "invisíveis" do capital, que governam sua vida.

Portanto, ao contrário da exposição de Antônio como um indivíduo extraordinário, vemos os papéis sociais que ele é condicionado a representar, inclusive nos aspectos que parecem mais privados, como a vida amorosa e familiar.

Insônias de Antônio foi concebida e exibida originalmente como segundo ato da Saga do Menino Diamante, na primeira temporada em que o espetáculo do grupo Dolores Boca Aberta esteve em cartaz, no ano de 2009, em sua sede no bairro Cidade Patriarca, zona leste de São Paulo. Não se tratava, no entanto, da continuação de uma trama com personagens fixos, mas de uma contrapartida do movimento de massas representado no primeiro ato da Saga.



GRATUITO



Apoio: CENTRO CULTURAL DA USP. SESCTV, COORDENADORIA DO CAMPUS DE SÃO CARLOS