23 de novembro de 2011

Programa Tusp de Leituras Públicas

" O Noviço" de Martins Pena ( 1845)
O  TUSP E A PRÓ-REITORIA DE CULTURA E EXTENSÃO


Ciclo VI - Leituras da Comédia Brasileira

texto:
O NOVIÇO?


de Martins Penna (1845)


Com exibição de palestra filmada sobre comédia brasileira

com o prof. Welington Andrade doutor em literatura brasileira pela Universidade de São Paulo (USP),

professor do curso de jornalismo e vice-diretor da Faculdade Cásper Líbero.



Data: 23/11/2011


Horário: quarta-feira, 14 horas

Local: Centro Cultural da Usp de São Carlos (ao lado do Observatório da Usp)


entrada pela Carlos Botelho


Sobre o autor:


Nasceu em 05/11/1815, Rio de Janeiro (RJ)

Faleceu em 07/12/1848, Lisboa, Portugal



Luís Carlos Martins Pena era filho de João Martins Pena e Francisca de Paula Julieta Pena. Perdeu o pai com um ano de idade e a mãe, aos dez. Educado por tutores, foi preparado para a vida comercial. Completou o curso do comércio em 1835. Cedendo à vocação, passou a freqüentar a Academia de Belas Artes, onde estudou arquitetura, estatuária, desenho e música; simultaneamente estudava línguas, história, literatura e teatro.



Em 1838, entrou para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde exerceu cargos, até chegar, em 1847, ao posto de adido de primeira classe à Legação do Brasil em Londres. De 1846 a 1847, fez crítica teatral e escreveu folhetins no "Jornal do Commercio".



Sua maior contribuição à literatura brasileira foi como teatrólogo, cuja história coloca-o como o fundador da comédia de costumes, na qual satiriza a sociedade brasileira de então. Ao mostrar como funcionavam as relações sociais, contribuiu para a compreensão histórico-sociológica do seu tempo, bem como com a lingüística, visto que escrevia as falas das personagens, utilizando a linguagem coloquial da época.


Sobre o Programa Tusp de leituras Públicas


O programa Tusp de Leituras públicas propõe, a cada ciclo, o dizer de peças de autores eminentes do teatro ocidental. As peças serão lidas pelos espectadores presentes, artistas em formação e convidados. Espera-se criar um público que acompanhe os ciclos, indo além da presença eventual e abrindo espaço para uma experiência diferenciada do espectador, que favoreça sentidos de pertencimento à coisa pública


Sobre a obra:

Martins Penna, dotado de singular veia cômica, soube aproveitar o momento em que se intensificava a criação do teatro romântico brasileiro, que possibilitava tratar das situações e personagens do cotidiano, e mostrou a realidade de um país atrasado e, predominantemente, rural, fazendo a platéia rir de si mesma. Seus textos envolvem, sobretudo, flagrantes da vida brasileira, do campo à cidade.



Assim, apresenta com temas principais, os problemas familiares, casamentos, heranças, dotes, dívidas, corrupção, injustiças, festas populares etc. Sua galeria de tipos compreende: funcionários públicos, padres, meirinhos, juízes, malandros, matutos, moças namoradeiras ou sonsas, guardas nacionais, mexeriqueiros, viúvas etc.



Escreveu aproximadamente 20 peças. "O Juiz de Paz na Roça, "Judas em Sábado de Aleluia", "Os Irmãos das Almas", "Quem Casa Quer Casa", "O Noviço" são algumas das principais e que vêm sendo representadas pelo país, desde a primeira metade do século 19. Essa última teve, inclusive, adaptação para a televisão.

O Noviço é

dividido em três atos, passados no RJ. No primeiro apresentam-se

o hipócrita e interesseiro Ambrósio, que casou com a crédula

Florência ; o noviço Carlos que com mais vocação para militar

fugiu do convento para casar-se com Emília (filha de Florência

e sua prima). Aparece também Rosa, primeira esposa de Ambrósio

(não havia divórcio na época), que foi abandonada por ele

após ter seus bens roubados. Carlos encontra Rosa e esta

fornece-lhe meios para chantagear Ambrósio e permitir-lhe sair

corretamente do convento, retirar Emília e Juca (irmão mais

novo de Emília) da vida religiosa que Ambrósio planejava para

eles e casar com Emília. A chantagem ocorre no segundo ato,

junto com a revelação a Florência de que o marido é bígamo;

Ambrósio foge. No terceiro ato, após muita confusão, Ambrósio

é preso, Carlos liberto de ir ao convento ou ser preso (ele

atacara um frade na fuga) e o casal fica livre para casar. A

peça toda lembra as comédias pastelões dos anos 10, com

personagens caricatos, situações mirabolantes, perseguições e

violência gratuita.

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